Trecho do Capítulo XXXII de "Dom Casmurro", obra-prima de Machado de Assis ( 1839-1908), que inspirou o design do par de brincos, em ouro 18k com pedras-da-lua, atualmente em coleção particular.
29 de set. de 2008
Homenagem à Machado de Assis
Trecho do Capítulo XXXII de "Dom Casmurro", obra-prima de Machado de Assis ( 1839-1908), que inspirou o design do par de brincos, em ouro 18k com pedras-da-lua, atualmente em coleção particular.
A esmeralda "Rainha Isabela"
As grandes rotas marítimas estão repletas de naufrágios que nos contam um pouco da maneira como as gemas eram negociadas, alguns séculos atrás.
Em 1993, buscando resgatar tesouros afundados com antigas embarcações, uma equipe de mergulhadores profissionais encontrou à grande profundidade, na costa da Flórida, EUA, três embarcações espanholas datadas do período colonial. No interior de uma das naus, ficaram frente a frente com a mais bela descoberta arqueológica do fim do milênio passado: dentro da embarcação estavam 25.000 quilates de esmeraldas lapidadas, conjuntos de peças cerimoniais pré-colombianas em ouro, cristais de esmeraldas pesando 24.644 quilates, além de centenas de jóias excepcionais, tudo de um valor inestimável.
Mas o grande tesouro encontrado é a “Rainha Isabela”, uma esmeralda de 964 quilates que se julgava perdida para sempre. De forma rara, oblonga e com uma limpidez extrema, foi estimada na época da sua descoberta em 11,5 milhões de dólares. A fantástica esmeralda pertencia a Hernán Cortez, conquistador espanhol do México.
Foi o próprio Cortez que deu à gema o nome da rainha espanhola Isabela de Castela, falecida em 1504, ano do seu embarque para o novo mundo. Hernán Cortez deu esta esmeralda e outros objetos preciosos para sua segunda esposa, dona Juana de Zuniga, como presentes de casamento, e foi para repatriar estes tesouros, duzentos anos mais tarde, que a família Zuniga fretou a nau que acabou naufragando nas águas da Flórida. As outras esmeraldas encontradas pertenciam ao próprio Cortez. Vários testemunhos da época atestam que ele portava sempre ao redor do pescoço um fantástico colar com cinco esmeraldas gravadas com desenhos de flores e pássaros oferecidos pelo imperador asteca Montezuma.
10 de set. de 2008
A Joalheria Beduína
Foi somente após um completo exame da tumba central que o arqueólogo e sua equipe descobriram as outras quatro tumbas, estas seladas e que proporcionaram um melhor entendimento da cultura Jawan. A mais emocionante descoberta foi o corpo de uma menina de seis anos: aparentemente morta em um ritual de sacrifício, foi enterrada com objetos do seu uso diário, incluindo jóias como um par de brincos em ouro e pérolas e um colar feito com contas em ouro, ametistas, granadas, ônix, cornalina e pérolas. O objeto mais precioso encontrado na tumba da menina foi, entretanto, uma pequena estátua de Vênus em alabastro, comum à cultura Greco - helenística.
As contas em ouro encontradas nas pontas do colar, datado do século I aproximadamente, em forma de massa (redondas e com pontas em toda a sua superfície) possuem o mesmo design que contas encontradas em colares gregos datados do IV século AC. Tais contas, identicamente reproduzidas, também aparecem na joalheria beduína em prata usada em outras regiões da Península Arábica (península desértica na região do sudoeste asiático, localizada na junção com a África e que compreende países como Bahrein, Kuwait, Oman, Qatar, Arábia Saudita, Yemen, Jordânia e Emirados árabes Unidos) provando assim as estreitas trocas comerciais existentes na Antiguidade nesta região.
Há evidências que comprovam estas trocas comerciais. Há aproximadamente 2.000 atrás, quando o sudoeste asiático era chamado pelos romanos de Arabia Felix (Arábia Feliz), as grandes riquezas que passaram pelas suas rotas comerciais indubitavelmente incluíram joalheria de outras regiões, incluindo a conta em forma de massa. Esta conta foi desenhada para ser usada nas pontas de um colar, de forma a segurar o fecho do mesmo.
Tradicionalmente, os colares beduínos contêm contas em prata e também contas multicoloridas, em ambos os casos em formas irregulares, outro eco das características das jóias antigas. O que suporta esta teoria é, naturalmente, o fato de que a Península Arábica, durante vários períodos da História, esteve relativamente isolada. Como resultado, antigos padrões de manufatura de jóias e designs têm sido repetidos, e preservados, por séculos. De certo modo, a joalheria beduína dos nossos dias é uma fascinante janela para um passado distante.
As jóias usadas pelas mulheres beduínas são sempre novas. Não existe a tradição, como no Ocidente, de herdar jóias de família, já que todas as jóias de uma mulher beduína são derretidas, após sua morte. Tendo sido dadas como dote pela sua família, é inaceitável para o costume beduíno que elas sejam ofertadas a outra mulher. Além disso, em geral as jóias estão muito usadas e às vezes, quebradas.
As jóias representam para a mulher beduína sua riqueza pessoal e, em tempos difíceis, são vendidas para serem derretidas por um ourives que confeccionará novas peças, mas sempre no mesmo estilo tradicional. Assim, existem padrões de design que continuam a ser usados e que remontam há 6.000 anos atrás.