As grandes rotas marítimas estão repletas de naufrágios que nos contam um pouco da maneira como as gemas eram negociadas, alguns séculos atrás.
Em 1993, buscando resgatar tesouros afundados com antigas embarcações, uma equipe de mergulhadores profissionais encontrou à grande profundidade, na costa da Flórida, EUA, três embarcações espanholas datadas do período colonial. No interior de uma das naus, ficaram frente a frente com a mais bela descoberta arqueológica do fim do milênio passado: dentro da embarcação estavam 25.000 quilates de esmeraldas lapidadas, conjuntos de peças cerimoniais pré-colombianas em ouro, cristais de esmeraldas pesando 24.644 quilates, além de centenas de jóias excepcionais, tudo de um valor inestimável.
Mas o grande tesouro encontrado é a “Rainha Isabela”, uma esmeralda de 964 quilates que se julgava perdida para sempre. De forma rara, oblonga e com uma limpidez extrema, foi estimada na época da sua descoberta em 11,5 milhões de dólares. A fantástica esmeralda pertencia a Hernán Cortez, conquistador espanhol do México.
Foi o próprio Cortez que deu à gema o nome da rainha espanhola Isabela de Castela, falecida em 1504, ano do seu embarque para o novo mundo. Hernán Cortez deu esta esmeralda e outros objetos preciosos para sua segunda esposa, dona Juana de Zuniga, como presentes de casamento, e foi para repatriar estes tesouros, duzentos anos mais tarde, que a família Zuniga fretou a nau que acabou naufragando nas águas da Flórida. As outras esmeraldas encontradas pertenciam ao próprio Cortez. Vários testemunhos da época atestam que ele portava sempre ao redor do pescoço um fantástico colar com cinco esmeraldas gravadas com desenhos de flores e pássaros oferecidos pelo imperador asteca Montezuma.
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