"Na história das civilizações assim como na história das
personalidades, a infância é decisiva", escreveu o historiador francês
Jacques Le Goff. Um dos berços da civilização européia está nos Bálcãs e os
tesouros trácios o comprovam.
Por volta de 2000 a.C. foi formada a
primeira e mais importante comunidade da Península Balcânica, a Trácia. Cobrindo
uma vasta região geográfica, o antigo geógrafo e historiador grego Heródoto de
Mileto escreveu que "os trácios, junto com os indianos, são as maiores
populações da Terra.”
Já no primeiro
milênio a.C. os trácios possuíam 90 tribos diferentes e, do século IV a.C. em
diante, parte dessas tribos foram reunidas sob o cetro dos reis da poderosa Dinastia
Odryses, fundada por Teres I. Os reis dessa dinastia acumularam grande
quantidade de objetos e joias de alto valor artístico, os quais foram feitos
por artesãos das várias partes do mundo conhecido à época que chegavam ao vasto
território trácio, mas sob o controle rigoroso dos governantes, o que mantinha
uma unidade no design e na composição das joias e de outros objetos feitos com
ouro e prata. As aplicações zoomórficas e antropomórficas predominavam: anéis,
colares, braceletes, tiaras, colares de batalha (torcs), discos para decoração de vestimentas, brincos, colares com
contas de ouro e gemas e as fibulae (predecessoras
do broche e usadas para segurar e compor trajes), além de
adornos para cavalos. As mais antigas peças de ouro
trabalhadas pelo povo trácio foram encontradas em sítios arqueológicos em regiões da Europa que hoje compreendem
partes dos seguintes países: Grécia, Ucrânia, Romênia, Sérvia, Bulgária e
Turquia e que formavam o território trácio na Antiguidade.
Torc (colar de batalha)
David Cheskin, PA Wire/AP
Os objetos de valor datados do início do século
IV a.C. que foram encontrados em sítios arqueológicos, faziam parte, via de
regra, do tesouro real da Dinastia Odryses. Um aspecto típico do modo como
funcionava a sociedade trácia era o contato restrito com outros povos e a
percepção de que seus governantes estavam acima de todos os outros. O tesouro
real trácio era abastecido com a coleta de taxas, impostos, cobranças e
doações, além de espólios de guerra. A mineração do ouro e da prata era
extremamente controlada e até a primeira metade do século IV a.C. somente os
governantes podiam acumular tesouros em joias e outros objetos de valor, além
de moedas. Parte era enterrada junto com os membros da dinastia em necrópolis,
mas a maior parte ficava guardada no tesouro real.
braceletes e apliques para vestimentas
Tesouro de Kralevo
A prática dos ricos funerais a partir da
segunda metade do século IV a.C. é
considerada pelos pesquisadores um fenômeno excepcional pela riqueza das peças
e joias encontradas. Os trácios estão entre os primeiros povos europeus a usar
a metalurgia e o trabalho artístico em metal. Os artesãos sempre ocuparam um
lugar de destaque dentro da sociedade e faziam parte da entourage real desde a antiga Dinastia Odryses. Com o passar dos
séculos, esse alto status social e a autoridade que vinha com ele permitiram
que ourives e mestres joalheiros pudessem criar mais livremente, juntando aspectos
culturais das regiões da Anatólia e do Cáucaso, da Pérsia, do Helenismo e dos fenícios.
Coroa, Museu de História de Vratsa, Bulgária
Vários tesouros foram encontrados (em sua maioria na Bulgária), testemunhas da riqueza e da maestria na arte da joalheria dos trácios: Tesouro de Panagyurishte, Tesouro de Vulchitrum, Tesouro de Rogozen, Tesouro da Pequena Tumba de Shipka, Tesouro de Letnitza, Tesouro de Borovo, Tesouro da necrópolis de Varna, Tesouro de Duvanlii, Tesouro de Mogislanka Mogisla, Tesouro de Loukovit, Tesouro de Kralevo e Tesouro de Svetitsata.
Colar
Tesouro da Pequena Tumba de Shipka, Bulgária
Conquistados por Felipe II da Macedônia,
continuaram sob o poder de seu filho, Alexandre, o Grande. Os trácios foram
mais tarde conquistados pelos antigos romanos e, quando o Império Romano ruiu
no século V d.C., os trácios caíram sob o jugo das tribos germânicas e o vasto
território que um dia foi a Trácia tornou-se um campo de batalha pelos mil anos
seguintes.
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* Jóias exclusivas
* Great designer appointed by World Gold Council
* Jewel CAD designs (Gemological Institute of America- GIA)
*The American Society of Jewelry Historians
‘Inspirados nos mestre franceses da alta- joalheria, muitos brasileiros se aventuram pela arte de desenhar jóias, expondo suas peças no Brasil e no exterior. Julieta Pedrosa, arquiteta formada pela UFRJ e pós-graduada em Análise de Projetos pela FGV, é uma delas. "O que me motiva ao criar é a história que posso contar por meio de uma peça", afirma. Foi assim que sua coleção A História de Portugal em Jóias acabou virando exposição no Brasil e em Portugal e Grandes Mulheres da História ilustrou uma mostra na Suíça.
Suas jóias privilegiam as linhas curvas, a fauna e a flora brasileiras, e já foram exibidas em cidades do Brasil (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília), Portugal (Lisboa e Coimbra), Espanha (Madri), França (Lyon), Itália (Vicenza) e China (Hong Kong). A designer afirma que, em geral, suas coleções surgem de temas planejados ou não. "Às vezes, determinadas linhas observadas no dia-a-dia dão origem a um desenho e se transformam em uma peça".’Por Marilaine Borges, revista França Brasil No. 289 setembro/outubro 2008, Câmara de Comércio França-Brasil