25 de jul. de 2024

O Tesouro Viking de Galloway

O Tesouro de Galloway nos transporta para o auge da era Viking, por volta do ano 900. Este tesouro, agora preservado no National Museums Scotland https://www.nms.ac.uk/, é uma coleção sem precedentes de mais de 100 objetos, incluindo uma quantidade impressionante de prata e a maior variedade de objetos de ouro da era Viking encontrados na Grã-Bretanha e Irlanda. 

Entre as peças encontradas destacam-se por sua singularidade e beleza a cruz peitoral em prata e ouro, exemplo de artefato que chama atenção, não apenas pela sua execução requintada, mas também pelo seu simbolismo religioso. Outro item notável é o pin de ouro em forma de pássaro, uma peça de joalheria que reflete a habilidade e a criatividade dos artesãos da época. A jarra de cristal de rocha montada em ouro é outro artefato que deslumbra, tanto pelo design quanto uso luxuoso de materiais preciosos e pela proveniência misteriosa, que sugere conexões comerciais distantes. 

Pin em ouro com técnica decorativa em niello 
National Museums Scotland


Além das peças mencionadas, os broches anglo-saxônicos são evidências da fusão cultural que caracterizava a era Viking, representando condignamente a ourivesaria dos artesãos vikings e refletindo a mestria e a complexidade da confecção de joias e outros artefatos da época. 

Broche anglo-saxão em prata e niello 
National Museums Scotland

Descobertos em 2014 junto às outras peças que compõem o Tesouro de Galloway, esses broches são notáveis por sua raridade e pelo fato de serem do tipo disco anglo-saxão, nunca antes encontrados na Escócia. A restauração recente de um desses broches revelou detalhes fascinantes, como uma decoração com videira, uma cruz central e quatro cabeças de animais com bocas abertas, cada uma adornada com niello, técnica decorativa composta por uma liga metálica negra de enxofre, cobre, prata e, às vezes, chumbo, que realça o contraste com o brilho da prata. Encontrados em um vaso de prata envolto em tecido de lã, sugerem uma prática cuidadosa de sepultamento e talvez até um ritual simbólico, alinhado com as crenças nórdicas de que tesouros enterrados poderiam ser acessados na vida após a morte ou serviriam para selar juramentos e reivindicar terras. A habilidade artística e técnica representada nesses artefatos é um testemunho da rica tapeçaria cultural da era Viking, onde a fusão de estilos e técnicas reflete as conexões comerciais e culturais que se estendiam por toda a Europa.


Cruz peitoral em prata e ouro contendo técnica decorativa em niello
National Museums Scotland

A preservação dos objetos deste tesouro viking ao longo de quase mil anos é um testemunho da habilidade com que foram confeccionados e da dedicação dos conservadores modernos. A descoberta do tesouro, enterrado em terras que agora pertencem à Igreja da Escócia, apresentou desafios únicos para os especialistas em conservação. Muitos dos objetos, como a cruz peitoral de prata e o pin de ouro em forma de pássaro, foram encontrados em condições notáveis, sugerindo que foram enterrados cuidadosamente. A cruz, por exemplo, ainda tinha sua corrente de prata intacta, enrolada ao redor do objeto como se tivesse sido usada recentemente antes de ser enterrada. Além disso, a preservação de materiais orgânicos, como a corda interna feita de tripas de animais que impedia a corrente de prata de se distorcer, é particularmente notável. O processo de conservação revelou detalhes intricados dos objetos, como a aplicação de niello e folhas de ouro sobre a base de prata da cruz pectoral, destacando a complexidade e a riqueza dos detalhes artísticos da época.

O Tesouro de Galloway representa uma coleção que não só encanta pela estética, mas também pela história que carrega. A descoberta não apenas ilumina o passado da Escócia, mas também oferece novas perspectivas sobre as complexas redes de comércio e cultura da época, com objetos originários de lugares tão distantes quanto a Ásia.

Broche em prata contendo técnica decoratica em niello
National Museums Scotland

Para saber mais sobre o Tesouro de Galoway: https://skfb.ly/orSpU




8 de set. de 2014

Os Tesouros da Trácia



Anel de ouro ou broche
 ImpactPressGroup/AP


"Na história das civilizações assim como na história das personalidades, a infância é decisiva", escreveu o historiador francês Jacques Le Goff. Um dos berços da civilização européia está nos Bálcãs e os tesouros trácios o comprovam.

Por volta de 2000 a.C. foi formada a primeira e mais importante comunidade da Península Balcânica, a Trácia. Cobrindo uma vasta região geográfica, o antigo geógrafo e historiador grego Heródoto de Mileto escreveu que "os trácios, junto com os indianos, são as maiores populações da Terra.”


Já no primeiro milênio a.C. os trácios possuíam 90 tribos diferentes e, do século IV a.C. em diante, parte dessas tribos foram reunidas sob o cetro dos reis da poderosa Dinastia Odryses, fundada por Teres I. Os reis dessa dinastia acumularam grande quantidade de objetos e joias de alto valor artístico, os quais foram feitos por artesãos das várias partes do mundo conhecido à época que chegavam ao vasto território trácio, mas sob o controle rigoroso dos governantes, o que mantinha uma unidade no design e na composição das joias e de outros objetos feitos com ouro e prata. As aplicações zoomórficas e antropomórficas predominavam: anéis, colares, braceletes, tiaras, colares de batalha (torcs), discos para decoração de vestimentas, brincos, colares com contas de ouro e gemas e as fibulae (predecessoras do broche e usadas para segurar e compor trajes), além de adornos para cavalos. As mais antigas peças de ouro trabalhadas pelo povo trácio foram encontradas em sítios arqueológicos em regiões da Europa que hoje compreendem partes dos seguintes países: Grécia, Ucrânia, Romênia, Sérvia, Bulgária e Turquia e que formavam o território trácio na Antiguidade. 



      Torc (colar de batalha)    
              David Cheskin, PA Wire/AP            

Os objetos de valor datados do início do século IV a.C. que foram encontrados em sítios arqueológicos, faziam parte, via de regra, do tesouro real da Dinastia Odryses. Um aspecto típico do modo como funcionava a sociedade trácia era o contato restrito com outros povos e a percepção de que seus governantes estavam acima de todos os outros. O tesouro real trácio era abastecido com a coleta de taxas, impostos, cobranças e doações, além de espólios de guerra. A mineração do ouro e da prata era extremamente controlada e até a primeira metade do século IV a.C. somente os governantes podiam acumular tesouros em joias e outros objetos de valor, além de moedas. Parte era enterrada junto com os membros da dinastia em necrópolis, mas a maior parte ficava guardada no tesouro real.



  braceletes e apliques para vestimentas
Tesouro de Kralevo
                                                                   
                
A prática dos ricos funerais a partir da segunda metade do século IV a.C. é considerada pelos pesquisadores um fenômeno excepcional pela riqueza das peças e joias encontradas. Os trácios estão entre os primeiros povos europeus a usar a metalurgia e o trabalho artístico em metal. Os artesãos sempre ocuparam um lugar de destaque dentro da sociedade e faziam parte da entourage real desde a antiga Dinastia Odryses. Com o passar dos séculos, esse alto status social e a autoridade que vinha com ele permitiram que ourives e mestres joalheiros pudessem criar mais livremente, juntando aspectos culturais das regiões da Anatólia e do Cáucaso, da Pérsia, do Helenismo e dos fenícios. 


 Coroa,  Museu de História de Vratsa, Bulgária


Vários tesouros foram encontrados (em sua maioria na Bulgária), testemunhas da riqueza e da maestria na arte da joalheria dos trácios: Tesouro de Panagyurishte, Tesouro de Vulchitrum, Tesouro de Rogozen, Tesouro da Pequena Tumba de Shipka, Tesouro de Letnitza, Tesouro de Borovo, Tesouro da necrópolis de Varna, Tesouro de Duvanlii, Tesouro de Mogislanka Mogisla, Tesouro de Loukovit,  Tesouro de Kralevo e Tesouro de Svetitsata.  


    Colar
 Tesouro da Pequena Tumba de Shipka, Bulgária


Conquistados por Felipe II da Macedônia, continuaram sob o poder de seu filho, Alexandre, o Grande. Os trácios foram mais tarde conquistados pelos antigos romanos e, quando o Império Romano ruiu no século V d.C., os trácios caíram sob o jugo das tribos germânicas e o vasto território que um dia foi a Trácia tornou-se um campo de batalha pelos mil anos seguintes.

 

30 de out. de 2013

As Principais Técnicas Decorativas na Joalheria Através da História

As joias possuem muitos designs e formas diferentes e servem a uma grande quantidade de propósitos, não só o do simples adorno pessoal. Na joalheria artesanal, existem várias técnicas para decoração de joias, que possuem centenas ou milhares de anos e são utilizadas ainda hoje em dia. Algumas técnicas possuem nomes em francês, italiano ou inglês, que serão traduzidos literalmente ou terão sua explicação em português, entre parênteses.


- Esmaltação
A esmaltação é uma técnica decorativa usada para trazer cores às joias, sem a necessidade das gemas. A técnica possui vários usos diferentes, podendo constituir-se em uma decoração secundária ou sendo o foco principal da joia. O esmalte é um composto transparente vítreo colorido com a adição de óxidos metálicos. Em forma de pó, o composto é colocado em cima da superfície metálica a ser decorada e então aquecido, até que derreta e seja fixado na área escolhida. Apesar de ter um alto grau de aderência ao metal, o esmalte é uma forma de vidro e, consequentemente, propenso a rachar ou até mesmo descolar do metal se não aplicado corretamente. Geralmente, uma superfície plana esmaltada terá seu reverso também esmaltado de maneira a balancear as forças de expansão e contração produzidas no metal. 

  • Cloisonné (cloison=célula, compartimento, em francês): técnica de esmaltação criada pelos antigos gregos na qual o desenho a ser decorado na peça de joalheria (em geral em ouro) é feito por células formadas a partir de pequenas grades, nas quais o esmalte é depositado e depois aquecido. As células podem ser niveladas à superfície metálica ou somente polidas, dando ao desenho um aspecto vítreo. 
    Fivelas para manto, Tesouro de Sutton Hoo
    Foto British Museum


    

  • Plique à jour (“aberto à luz”, em francês): Talvez a técnica de esmaltação mais difícil e também a mais frágil. Diminutas células recortadas na superfície metálica são preenchidas com esmalte transparente, proporcionado o mesmo efeito dos vitrais. Desenvolvida na França e na Itália durante o século XIV e muito usada por artistas durante a Renascença e também durante o Art Nouveau.
        Broche Pansy, René Lalique, séc. XX 
                                                                   Foto Walters Art Museum



  • Limoges: Técnica de esmaltação que requer conhecimentos de pintura. O esmalte é reduzido a um pó finíssimo e, com um pincel, aplicado à superfície metálica. Como são usadas várias cores de esmaltes, o processo passa por vários estágios de aquecimento. Técnica criada na cidade francesa de Limoges, durante o século XII.


 
                                                Cibório, séc.XII, Foto Musée du Louvre


  • Grisaille (grisalho, em francês): Técnica de pintura com esmalte que usa somente dois tons. O design é feito em esmalte branco sobre uma superfície metálica esmaltada em preto ou azul. Popularizada durante a Renascença, especialmente na França.

                                           Foto Musée National du Mouyan Âge



- Filigrana
Esse delicado método de decoração de joias requer paciência e muita habilidade. Finíssimos fios de metal são dobrados, torcidos e tornados chatos: essa é a base da técnica da filigrana. Com essa base, podem ser feitas lindas decorações em joias e, até mesmo, uma joia inteiramente feita em filigrana. A melhor e mais delicada técnica de filigrana é a open-back (fundo aberto, em inglês). Um dos grandes segredos da filigrana, além da paciência e da criatividade, é a solda que tem que ser feita à uma temperatura que não comprometa os designs formados pelos fios torcidos. A técnica foi criada pelos antigos etruscos, e muito usada por ourives da antiga Grécia, especialmente durante o Período Helênico. 

Pendente em cruz espanhol, séc.XIX
Victoria and Albert Museum
                                           


- Granulação
Exemplos dessa técnica decorativa podem ser encontrados em muitas joias antigas, mas nenhuma delas se igualou à qualidade da granulação criada pelos etruscos (a partir do séc. VI a.C.). Na granulação etrusca, minúsculas esferas de ouro eram afixadas a uma base de metal precioso, em geral ouro, por um método que unia a solda e a fusão. Usando esta técnica, os ourives etruscos eram capazes de realizar maravilhosos e delicados designs com grande precisão. A técnica aperfeiçoada pelos artesãos etruscos não pôde ser repetida durante 2.500 anos, apesar de várias tentativas feitas por ourives e artesãos ao longo dos séculos. Somente no séc.XIX, o joalheiro romano Fortunato Castellani e seus filhos foram os primeiros, depois de várias pesquisas em joias antigas, a conseguir repetir a técnica etrusca da granulação. (artigo http://www.historiadajoalheria.blogspot.com.br/2013/10/os-castellani-joalheiros-e-amantes-de.html).


                                                                 Brinco etrusco, 530-480 a.C.
                                                                   Foto British Museum


- Gravação: A técnica da gravação é talvez a técnica decorativa mais utilizada na joalheria, e a mais antiga, quando se trata de decoração de superfície de metais preciosos. Ainda assim, foi preciso o domínio da metalurgia do ferro, metal superior ao bronze em relação à dureza e a abundância de jazidas (Idade do Ferro: as primeiras indicações de sociedades com nível cultural e tecnológico correspondente à Idade do Ferro surgiram no século XII a.C. no Oriente Próximo, na Índia, na África e na Grécia. Em outras regiões da Europa, o início da Idade do Ferro deu-se mais tarde, a partir do século VIII a.C.) para que surgissem as ferramentas necessárias para a técnica da gravação. Como algumas das ferramentas mais usadas estão os rolos ou cilindros para gravação: dois rolos ou cilindros de aço (inicialmente, de ferro) contendo desenhos gravados em sua superfície que, ao pressionarem simultaneamente uma fita de metal precioso deixavam nela designs gravados, que poderiam se repetir em padrões infinitos. Mas a ferramenta para gravação mais comum desde tempos imemoriais é o buril, que permite ao artesão joalheiro uma gama extensa de possibilidades de designs gravados e, ainda, de “marcar” o seu trabalho, já que o trabalho de gravação com buril assemelha-se ao de um calígrafo com a pena, é único e pessoal.

                                                 Anel-sinete da rainha Aregunda, séc. VI
                                                             Foto Musée du Louvre


 
- Intaglio (“cinzelando”, em italiano): A técnica do intaglio pode ser feita em uma grande variedade de superfícies, incluindo as gemas e os metais preciosos, no caso da joalheria. Na Antiguidade, a técnica do intaglio era utilizada principalmente para a confecção de sinetes ou anéis com o símbolo do clã ou família. Nas gemas, esculpiam-se magníficos designs com elaborados detalhes. O intaglio era e é feito artesanalmente esculpindo-se literalmente o metal precioso ou a gema. 

                                  Medalhão com o retrato do imperador Caracala em ametista
                                                        Foto Tesouro de La Saint Chapelle 


 
- Metal Inlay (“metal enquadrado”, em inglês): A técnica do metal inlay é uma técnica onde diferentes cores de metal precioso ou diferentes metais preciosos são “enquadrados” em uma superfície preciosa já preparada com recortes feitos pelo cinzel, ou pela técnica decorativa da gravação. Essa técnica decorativa pressupõe o enquadramento de metais preciosos mais macios nas cavidades de superfícies metálicas preciosas mais duras.


                                                          Cinturão Wagner, séc.XIX
                                                    Foto Victoria and Albert Museum




- Mosaico : A criação de paisagens em miniatura para decoração de joias usando a técnica do mosaico existe desde o início do século XIX na Itália. A forma mais detalhada dessa técnica decorativa na joalheria é feita em Roma e é conhecida como “micro mosaicos”: a pintura é formada usando-se minúsculos tesserae ( azulejos) feitos geralmente de vidro colorido, que são cimentados na peça de joalheria.

  • Pietra Dura (pedra dura, em italiano): Técnica desenvolvida em Florença, onde os tesserae são substituídos por gemas como ágata, malaquita e carneliana, que são aplicadas sobre um fundo negro. Os designs utilizados em geral são motivos florais.


                                                                      Bracelete
                                                Foto Antique Jewelry University





- Niello (do latin 'nigellum', que significa negro): Esta técnica envolve a incrustação da substância escura em metal gravado ou gravado, especialmente prata, criando um contraste impressionante que acentua designs intrincados. Técnica inventada pelos antigos egípcios e espalhada pela Europa durante a Idade do Ferro, consiste na aplicação de uma liga de cor preto- esverdeada contendo prata, cobre, chumbo e enxofre, em linhas gravadas, células ou áreas escavadas na superfície metálica, que depois recebe aquecimento à baixa temperatura para aderência da liga ao metal. Depois, a superfície pode ser polida ou queimada e fica com um brilho metálico semelhante ao da gema conhecida como hematita.



Fivela de cinto, Tesouro de Sutton Hoo
           Foto British Museum

- Piqué (mergulho, em francês): Utilizada para decorar cascos de tartaruga primeiramente, ou chifres de animais, essa técnica insere prata, ouro ou madrepérola nas linhas abertas por designs gravados na superfície. A técnica originou-se na Itália do século XVI.

                                                                        
    Par de brincos e pendente séc. XIX
        Foto Christie`s


- Repoussé (empurrado, em francês): A técnica do repoussé consiste em formar designs (desenhos ou padrões) em uma superfície chata de metal precioso, pelo método de martelar pelo lado “avesso” da chapa de metal para delinear o desenho ou estabelecer o/os padrão/padrões usando martelo de ourives e pinos de aço próprios para a técnica. Às vezes, nem todos os detalhes podem ser feitos pelo lado “avesso” da folha de metal, então se vira a chapa e a decoração é terminada com a complementação dos designs. Quando o método necessita desse último recurso, a ele é dado o nome de chasing (ou gravação em relevo, em inglês). Desde centenas de milhares de anos, o repoussé é uma técnica que consome muito tempo, normalmente sendo usada somente para joias significativas, sejam em tamanho ou valor.

                                                 
                                                      Grande disco, Tesouro de Mildenhall
Foto British Museum

Stamping (impressão, em inglês): Em muitas peças de joalheria antigas que contam com 7.000 anos de idade foi utilizada a técnica do stamping, o que inicialmente a olhos leigos poder-se-ia pensar que fosse a técnica do repoussé. A técnica consiste em criar infinitos e pequenos desenhos na cabeça de pinos de aço (anteriormente utilizava-se o ferro) que, ao serem martelados contra uma fina folha de metal precioso, formam designs. Nessa técnica o ourives também pode utilizar o método da impressão por repetição (padrões), ao criar um carimbo com determinado desenho e pressioná-lo contra a folha de metal, com a ajuda do martelo de ourives. Ainda, pode criar o negativo do carimbo e utilizar ambos, de um lado e de outro da folha, para a impressão do desenho, fazendo com que o stamping fique mais acentuado. A qualidade do stamping depende da maestria e da criatividade do profissional joalheiro.


                                              
Broche de prata em forma de disco, séc.IX, Tesouro de Pentney
Foto British Museum



- Champlevé (“campo elevado”, em francês): Técnica de esmaltação onde, em vez das células da técnica anterior, o metal é escavado (ou gravado) com buril ou cinzel, fazendo com que o esmalte seja depositado nas áreas escavadas e, depois de aquecido, permaneça no mesmo nível da superfície metálica. Técnica criada na Antiguidade.  

Bracelete, séc.XII
 Foto Musée du Louvre


  • Basse-taille (“baixo-relevo”, em francês): Variação da técnica champlevé, onde a área escavada do metal é decorada com um design em padrão, podendo ser ele gravado ou em baixo-relevo, e depois recoberto com esmalte translúcido, assim fazendo com que o design seja visto através do composto vítreo. Técnica muito usada pelos antigos romanos.




Medalhão de São Lucas, séc.XIV
Foto Musée de Cluny