- Grisaille
(grisalho, em francês): Técnica de pintura com esmalte que usa somente
dois tons. O design é feito em esmalte branco sobre uma superfície
metálica esmaltada em preto ou azul. Popularizada durante a Renascença,
especialmente na França.
Foto Musée National du Mouyan Âge
-
Filigrana
Esse
delicado método de decoração de joias requer paciência e muita habilidade.
Finíssimos fios de metal são dobrados, torcidos e tornados chatos: essa é a
base da técnica da filigrana. Com essa base, podem ser feitas lindas decorações
em joias e, até mesmo, uma joia inteiramente feita em filigrana. A melhor e
mais delicada técnica de filigrana é a open-back
(fundo aberto, em inglês). Um dos grandes segredos da filigrana, além da
paciência e da criatividade, é a solda que tem que ser feita à uma temperatura
que não comprometa os designs formados pelos fios torcidos. A técnica foi criada
pelos antigos etruscos, e muito usada por ourives da antiga Grécia,
especialmente durante o Período Helênico.
Pendente em cruz espanhol, séc.XIX
Victoria and Albert Museum
-
Granulação
Exemplos
dessa técnica decorativa podem ser encontrados em muitas joias antigas, mas
nenhuma delas se igualou à qualidade da granulação criada pelos etruscos (a
partir do séc. VI a.C.). Na granulação etrusca, minúsculas esferas de ouro eram
afixadas a uma base de metal precioso, em geral ouro, por um método que unia a
solda e a fusão. Usando esta técnica, os ourives etruscos eram capazes de
realizar maravilhosos e delicados designs com grande precisão. A técnica
aperfeiçoada pelos artesãos etruscos não pôde ser repetida durante 2.500 anos,
apesar de várias tentativas feitas por ourives e artesãos ao longo dos séculos.
Somente no séc.XIX, o joalheiro romano Fortunato Castellani e seus filhos foram
os primeiros, depois de várias pesquisas em joias antigas, a conseguir repetir
a técnica etrusca da granulação. (artigo http://www.historiadajoalheria.blogspot.com.br/2013/10/os-castellani-joalheiros-e-amantes-de.html).
Brinco etrusco, 530-480 a.C.
Foto British Museum
- Gravação: A técnica da gravação é talvez a técnica decorativa
mais utilizada na joalheria, e a mais antiga, quando se trata de decoração de
superfície de metais preciosos. Ainda assim, foi preciso o domínio da
metalurgia do ferro, metal
superior ao bronze em relação à dureza e a abundância de jazidas (Idade do Ferro: as primeiras
indicações de sociedades com nível cultural e tecnológico correspondente
à Idade do Ferro surgiram no século XII a.C. no Oriente Próximo, na Índia, na
África e na Grécia. Em outras regiões da Europa, o início da Idade do Ferro deu-se
mais tarde, a partir do século VIII a.C.) para que surgissem as ferramentas necessárias
para a técnica da gravação. Como
algumas das ferramentas mais usadas estão os rolos ou cilindros para gravação:
dois rolos ou cilindros de aço (inicialmente, de ferro) contendo desenhos
gravados em sua superfície que, ao pressionarem simultaneamente uma fita de
metal precioso deixavam nela designs gravados, que poderiam se repetir em
padrões infinitos. Mas a ferramenta para gravação mais comum desde tempos imemoriais
é o buril, que permite ao artesão joalheiro uma gama extensa de possibilidades
de designs gravados e, ainda, de “marcar” o seu trabalho, já que o trabalho de
gravação com buril assemelha-se ao de um calígrafo com a pena, é único e
pessoal.
Anel-sinete da rainha Aregunda, séc. VI Foto Musée du Louvre
-
Intaglio
(“cinzelando”, em italiano): A
técnica do intaglio pode ser feita em
uma grande variedade de superfícies, incluindo as gemas e os metais preciosos,
no caso da joalheria. Na Antiguidade, a técnica do intaglio era utilizada principalmente para a confecção de sinetes
ou anéis com o símbolo do clã ou família. Nas gemas, esculpiam-se magníficos
designs com elaborados detalhes. O intaglio
era e é feito artesanalmente esculpindo-se literalmente o metal precioso ou
a gema.
Medalhão com o retrato do imperador Caracala em ametista
Foto Tesouro de La Saint Chapelle
-
Metal Inlay (“metal enquadrado”, em
inglês): A
técnica do metal inlay é uma técnica
onde diferentes cores de metal precioso ou diferentes metais preciosos são
“enquadrados” em uma superfície preciosa já preparada com recortes feitos pelo
cinzel, ou pela técnica decorativa da gravação. Essa técnica decorativa
pressupõe o enquadramento de metais preciosos mais macios nas cavidades de superfícies
metálicas preciosas mais duras.
Cinturão Wagner, séc.XIX
Foto Victoria and Albert Museum
-
Mosaico : A
criação de paisagens em miniatura para decoração de joias usando a técnica do
mosaico existe desde o início do século XIX na Itália. A forma mais detalhada
dessa técnica decorativa na joalheria é feita em Roma e é conhecida como “micro
mosaicos”: a pintura é formada usando-se minúsculos tesserae ( azulejos) feitos geralmente de vidro colorido, que são
cimentados na peça de joalheria.
- Pietra
Dura
(pedra dura, em italiano): Técnica desenvolvida em Florença, onde os tesserae
são substituídos por gemas como ágata, malaquita e carneliana, que são aplicadas
sobre um fundo negro. Os designs utilizados em geral são motivos florais.
Bracelete
Foto Antique Jewelry University
-
Niello
(do latin 'nigellum', que significa negro): Esta técnica envolve a incrustação da substância escura em metal gravado ou gravado, especialmente prata, criando um contraste impressionante que acentua designs intrincados. Técnica
inventada pelos antigos egípcios e espalhada pela Europa durante a Idade do
Ferro, consiste na aplicação de uma liga de cor preto- esverdeada contendo
prata, cobre, chumbo e enxofre, em linhas gravadas, células ou áreas escavadas
na superfície metálica, que depois recebe aquecimento à baixa temperatura para
aderência da liga ao metal. Depois, a superfície pode ser polida ou queimada e
fica com um brilho metálico semelhante ao da gema conhecida como hematita.
Fivela de cinto, Tesouro de Sutton Hoo
Foto British Museum
-
Piqué
(mergulho, em francês): Utilizada para decorar cascos de tartaruga primeiramente, ou chifres de animais, essa
técnica insere prata, ouro ou madrepérola nas linhas abertas por designs
gravados na superfície. A técnica originou-se na Itália do século XVI.
Par de brincos e pendente séc. XIX
Foto Christie`s
-
Repoussé
(empurrado, em francês): A técnica do
repoussé consiste em
formar designs (desenhos ou padrões) em uma superfície chata de metal precioso,
pelo método de martelar pelo lado “avesso” da chapa de metal para delinear o
desenho ou estabelecer o/os padrão/padrões usando martelo de ourives e pinos de
aço próprios para a técnica. Às vezes, nem todos os detalhes podem ser feitos
pelo lado “avesso” da folha de metal, então se vira a chapa e a decoração é
terminada com a complementação dos designs. Quando o método necessita desse
último recurso, a ele é dado o nome de
chasing
(ou gravação em relevo, em inglês). Desde centenas de milhares de anos, o
repoussé é uma técnica que consome muito
tempo, normalmente sendo usada somente para joias significativas, sejam em
tamanho ou valor.
Grande disco, Tesouro de Mildenhall Foto British Museum
- Stamping
(impressão, em inglês): Em
muitas peças de joalheria antigas que contam com 7.000 anos de idade foi
utilizada a técnica do stamping, o
que inicialmente a olhos leigos poder-se-ia pensar que fosse a técnica do repoussé. A técnica consiste em criar
infinitos e pequenos desenhos na cabeça de pinos de aço (anteriormente
utilizava-se o ferro) que, ao serem martelados contra uma fina folha de metal
precioso, formam designs. Nessa técnica o ourives também pode utilizar o método
da impressão por repetição (padrões), ao criar um carimbo com determinado
desenho e pressioná-lo contra a folha de metal, com a ajuda do martelo de
ourives. Ainda, pode criar o negativo do carimbo e utilizar ambos, de um lado e
de outro da folha, para a impressão do desenho, fazendo com que o stamping fique mais acentuado. A
qualidade do stamping depende da
maestria e da criatividade do profissional joalheiro.
Broche de prata em forma de disco, séc.IX, Tesouro de Pentney
Foto British Museum
- Champlevé (“campo elevado”, em francês): Técnica de esmaltação onde, em vez das células da técnica anterior, o metal é escavado (ou gravado) com buril ou cinzel, fazendo com que o esmalte seja depositado nas áreas escavadas e, depois de aquecido, permaneça no mesmo nível da superfície metálica. Técnica criada na Antiguidade.
Bracelete, séc.XII
Foto Musée du Louvre
- Basse-taille (“baixo-relevo”, em francês): Variação da técnica champlevé, onde a área escavada do metal é decorada com um design em padrão, podendo ser ele gravado ou em baixo-relevo, e depois recoberto com esmalte translúcido, assim fazendo com que o design seja visto através do composto vítreo. Técnica muito usada pelos antigos romanos.
Medalhão de São Lucas, séc.XIV
Foto Musée de Cluny
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