A palavra ‘camafeu’ provavelmente origina-se do latim cammaeus, que quer dizer pedra entalhada ou esculpida. Inicialmente, a ágata foi a gema mais utilizada, além do ônix. Bem mais tarde, já a partir do século XV, passou-se a utilizar também conchas marinhas. Na confecção dos camafeus, as gemas podem ser gravadas como uma imagem negativa (intaglio) ou trabalhadas em relevo.
Os primeiros camafeus surgiram por volta do ano 300 AC, em Alexandria, Egito e eram muito utilizados em jóias e adornos para vestimentas. Também os antigos gregos e romanos apreciavam intensamente o camafeu e imagens de deuses e deusas, cenas mitológicas ou figuras femininas eram as preferidas. No período Helenístico, jovens mulheres usavam camafeus com a figura do deus Eros como um sedutor convite ao amor.
O papa renascentista Paulo II era um ávido colecionador de camafeus e de acordo com uma lenda, sua morte foi causada pelo número excessivo de jóias em camafeus que portava nos dedos, as quais teriam, devido à temperatura fria das gemas, levado-o a uma pneumonia. Lendas à parte, o camafeu era apreciado também por homens, decorando elmos, capacetes, peitorais de armaduras e punhos de espada, assim como broches e anéis. E as jóias comessi, onde ao camafeu associava-se o ouro esmaltado para formar cenas pictóricas em relevo, eram grandemente apreciadas, principalmente na corte francesa.
No século XVII era considerado refinado culturalmente um cavalheiro que colecionasse ou portasse jóias com camafeus. O imperador francês Napoleão I foi outra figura histórica apaixonada pelos camafeus, e chegou a fundar em Paris uma escola para ensinar a arte da produção de camafeus a jovens aprendizes.
Não somente jóias, mas também vasos, baixelas, taças e copos foram, ao longo dos séculos, decorados com camafeus e grandemente apreciados por nobres e pessoas abastadas, entre os séculos XV e XIX. Neste último século, com a predileção demonstrada pela rainha inglesa Vitória pelos camafeus, estes se tornaram moda entre as mulheres.
Os camafeus feitos a partir de conchas foram os responsáveis pela popularização desta arte da gravação em gemas, e a cidade italiana de Torre Del Greco, situada na Baía de Nápoles, aos pés do monte Vesúvio, tornou-se referência mundial na arte da produção de camafeus, posição que mantém até os dias de hoje. Mais de duas dezenas de diferentes tipos de conchas-do-mar são utilizadas nesta pequena cidade italiana na produção de camafeus, e também corais. A maioria das conchas se origina das ilhas de Madagascar e das Bahamas. Em Torre Del Greco, a produção de camafeus é tradicional (intaglio) e o método produtivo conta com mais de mil anos. Ferramentas de gravação feitas em aço são utilizadas manualmente pelos mestres gravadores, que selecionam as conchas a serem utilizadas, calculam o número de camafeus a serem obtidos de cada uma e supervisionam todo o processo de confecção. O resultado final é, em geral, maravilhosamente rico em intrincados detalhes.
Outro grande centro mundial da produção de camafeus fica em Idar-Oberstein, Alemanha. Mas nesta cidade alemã a produção dos camafeus se dá a partir de gemas como a ágata branca (largamente encontrada na região), a cornalina e o ônix. Ao contrário da cidade italiana, aqui as gemas são gravadas e esculpidas ultrasônicamente, com a ajuda de computadores, devido a sua dureza. As gemas são primeiramente coloridas em cores previamente escolhidas e depois gravadas e/ou entalhadas através de computadores que utilizam como padrão uma peça original feita manualmente. Depois, a cor é quimicamente retirada da superfície da gema, deixando-a na sua cor branca original.
10 de mar. de 2008
O Camafeu
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
nossa eu sou louca por camafeu a muito tempo mas onde moro é muito dificil encontar essas peças moro em macapá no estado do amapá qum estiver disposto a me ajudar aceito ok obrigada e beijos
Postar um comentário