Datadas do século VII, as jóias e peças encontradas exemplificam a maestria dos ourives visigodos. O tesouro é formado por coroas, cruzes e vários objetos. As coroas e as cruzes, feitas em ouro e decoradas em padrões simétricos com esmaltação cloisonné, possuem gemas lapidadas em cabochon: safiras, granadas, pérolas, madrepérolas, ametistas rosa, calcedônias, quartzos brancos, esmeraldas e também contas de vidro.
As jóias demonstram o sofisticado estilo que confirma as relações de comércio dos visigodos com os bizantinos. As correntes de ouro que sustentam coroas e cruzes sugerem que eram usadas em rituais religiosos e também podiam ter sido oferendas votivas de reis visigodos, nobres e bispos.
Infelizmente, grande parte das jóias de Guarrazar foi vendida e derretida e em 1921, a coroa do rei Suintila foi roubada em Madrid. Ainda assim, o tesouro atualmente inclui a coroa votiva do rei Recceswinth, que reinou de 652 a 672, dez coroas menores, nove cruzes, 16 pendentes, correntes e partes de objetos variados e está distribuído por três museus europeus: o Museu Arqueológico Nacional e o Museu do Palácio Real, ambos em Madrid, Espanha e o Museu Nacional da Idade Média (Musée de Cluny), em Paris, França.
Não existe nenhuma documentação que precise a data do tesouro de Guarrazar. Entretanto, a razão mais provável para os objetos preciosos terem sido guardados nas tumbas pode ter sido a chegada dos mouros (árabes) à Península Ibérica no início do século VIII. Em 711, o rei visigodo Roderick (710-711) foi vencido em batalha na região de Guadalete. Dois anos depois, uma enorme parte da Península estava submissa ao Islã e passava agora a se chamar Al-Andaluz.
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